Existem coisas na vida que não nos damos conta, tamanha é
a sutileza que acabamos por não perceber determinados acontecimentos na vida.
Acredito cautelosamente que existe uma grande diferença
entre viver e existir. Existir todos existimos, para que o primeiro verbo se
manifeste, precisamos antecipadamente do segundo. Pois bem, penso que muitas
pessoas, para não dizer a maioria delas, apenas existem, e em momentos
fracionários vivem.
A existência nada mais é que um fardo, um grande peso que
carregamos nas costas, que empurramos para o cume da montanha, sendo este um
caminho íngreme e um trabalho árduo. É como carregar uma grande pedra sobre
nossas cabeças. E o mesmo ocorre conosco em relação ao planeta. Pesamos sobre a
terra e carregamos um peso sobre nós.
Existir é tão fácil, mas e viver? Quem se sente vivo na
maioria do tempo? Quem não sente o peso da existência sobre os ombros?
Podemos nos iludir e crer que a vida é bela e mágica,
muito boa, e por vezes até é. Nada é tão ruim e ou tão bom que dure para
sempre. Tudo é tão efêmero, a vida passa feito um furacão perante nossos olhos
e muitas vezes nem conseguimos acompanha-lo por muito tempo, e assim some no
horizonte.
Existir é um verbo dolorido, nos deixa enfadonhos e
demasiadamente fracos, sonolentos e sem fé. Fé na vida, no futuro, na
humanidade e principalmente em nós mesmos.
Eu até ousaria a mudar o questionamento feito por Sartre,
ao invés da condenação à liberdade (qual liberdade?), deste modo penso que
estamos condenados à existir.
Viver é um ato que cabe a poucos, existir cabe a todos.
Quem realmente sente-se vivo?