A
casa era demasiadamente grande, espaçosa, comportava muitas almas,
no entanto, a jovem vivia só. Compartilhava o espaço apenas consigo
própria, um dia, uma colega de trabalho a despertara para a divisão
espacial e a jovem fora para o lar pensando no que havia lhe sido
dito.
Na
semana seguinte colocara um anúncio divulgando quartos para locação
individual. Passados alguns dias, apareceu o primeiro possível
futuro inquilino, um jovem com dons culinários aguçados, a moça
posteriormente a entrevista locou um dos quartos para o jovem
cozinheiro. A convivência parecia agradável, cozinhavam juntos e
desfrutavam harmonicamente do mesmo espaço. Passado mais um tempo
surgiu um novo hóspede, misterioso, de poucas palavras, mas educado.
Este fora o segundo inquilino da velha e grande casa.
Depois
de um período, os três convivendo e habitando o mesmo espaço, em
uma noite, a moça encontrava-se ainda no trabalho quando recebera um
misterioso telefonema, alegando que um dos moradores da casa havia
sido encontrado morto enquanto preparava o jantar. Deslocou-se para o
lar o mais rápido que pôde. Chegando lá, encontrou o cozinheiro ao
chão e, enigmaticamente desprovido de vida.
O
cadáver fora removido ao IML, e a vida seguia. Nada mais se soube a
respeito do morto. O segundo morador havia desaparecido. Pensara a
moça, que talvez tivesse ocorrido um assalto, onde um dos moradores
fora brutalmente agredido e morto, o outro, poderia estar fora de
casa e, permanecendo distante, não saberia do ocorrido.
Alguns
dias depois o misterioso morador aparecera à casa, fora surpreendido
pela moça arrumando suas malas e alegou que partiria em seguida, a
jovem insistiu em saber o repentino motivo da viagem, ele irritado a
arremessou para longe, caída sob um canto da casa, e machucada a
jovem retornou a questionar o porquê de sua agressividade, foi
quando o homem lançou-lhe um feitiço, o qual a jovem de apenas 20
anos, envelheceria 10 anos a cada dia que se passasse, e partira.
Desmaiada
e sem forças, a jovem, já não tão jovem assim, acordara na manhã
seguinte e para sua terrível surpresa, quando olhara para o espelho
não reconhecia a si própria. Havia já, envelhecido 10 anos.
Desesperada, saíra do banheiro em direção a sala, foi quando
encontrou um homem até então nunca visto por ela em parte alguma da
cidade, dizendo que procurava por um bruxo satânico. Inicialmente,
atormentada pelos acontecimentos, a moça chamou a polícia que não
demorou muito a aparecer.
O
homem se escondera no sótão da velha casa, sendo assim, pareceu que
a moça teve uma crise e criara uma situação confusa e inexistente
em sua mente, os policiais revistaram a casa, não encontrando nada,
foram embora. A jovem ficara desamparada e solitária na velha casa.
Adormecera ao chão gélido do banheiro. Dormiu por horas, ao
amanhecer, dolorida e com frio procurara a cama, repousou por horas,
quando despertou, um homem vestido com peles de animais a alertara do
perigo, disse que o homem que ali abrigara-se por alguns dias era um
perigoso bruxo em busca de pergaminhos que unidos, despertariam o
demônio, e que, quando todos os textos, estivessem unidos, satanás
dominaria a terra, trazendo escuridão e dor a todos.
Parecia-lhe
um terrível pesadelo, mas passados alguns minutos percebia que era
tão real quanto o frio que a gelava a espinha.
As
horas passavam rapidamente, seu tempo era limitado, tinha ela, duas
saídas, morrer ou correr contra o tempo e encontrar o bruxo e
desfazer o feitiço mortal contra si.
Escolhera
a segunda opção e acompanhara o homem em busca do bruxo satânico.
Saíram
da casa e foram em busca do malfeitor, no caminho encontraram corujas
queimando, pássaros gigantes, unicórnios famintos por sangue, cães
assassinos, derrotaram todos e seguiram. Rumo a cidade vizinha,
encontraram uma ponte sob um grande rio caída, voaram até o fim da
ponte e seguiram. Mais adiante uma alcateia os afrontara, mas
conseguiram escapar dos lobos sanguinários e a jornada continuava.
Adormeceram
e, em um piscar de olhos era dia, o sol iluminava sua face ainda mais
velha, o terror invadia sua mente, morreria em poucos dias caso não
encontrasse o bruxo que lançara em si o feitiço do tempo.
Os
ponteiros do relógio pareciam estar acelerados e o pânico
invadia-a.
Horas
de viagem e, encontraram um antigo cemitério celta, desceram do
carro, caminharam por todo o espaço mórbido e lá estava o bruxo,
abrindo uma sepultura e lendo o terceiro e último pergaminho, quando
percebera que havia sido encontrado, voou alto e deixou o pergaminho
junto do cadáver. A moça leu o que estava escrito no velho
documento e com isso tirara o poder de voar do bruxo, caindo ele sob
o sepulcro.
Desmaiado
e sem forças, a jovem lançara sob o bruxo fogo e ele queimara ali
até transformar-se em pó. Horas depois, sua juventude fora
devolvida, e, juntamente com o bruxo, os pergaminhos queimavam e o
bem prevalecia na terra.