quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

O Homem do futuro




Havia uma multidão, o fluxo de transeuntes indo e vindo era intenso, o trem parara em seu terminal e ela descera rapidamente. Vestia-se discretamente, roupas escuras, maquiagem discreta e óculos escuros, saíra apressadamente à direita, em seguida o fluxo de pessoas cessara e a rua ficara deserta, viera um homem em sua direção, usava moletom com capuz, não se podia ver o seu rosto, este se escondia entre o capuz e a barba. Conversara com ela, ela passou-lhe algo, não podia se saber ao certo o que era, talvez um aparelho celular. Logo, o homem caminhava para a esquerda e ela continuava rumo à direita. Entrou em um café, destes de esquina, todo fechado, com portas de vidro, em seguida saíra de lá fumando, olhava atenta para todos os lados, ficou ali parada fumando o cigarro, e depois de tê-lo fumado seguiu caminhando.
Seguiu algumas quadras da alameda sombreada e chegara ao final dela, um lago cercado de algumas árvores e bancos. Sentara ali e ao longe, dava a impressão de estar esperando alguém.
Não demorou muito a surgir um misterioso ser com um malote, aproximou-se da jovem, ainda em pé entregou-o para ela e seguira seu rumo.
A jovem pegou o malote e saiu caminhando vagarosamente rumo ao metrô. Anoiteceu.
Na manhã seguinte, chuvosa e fria, a moça se encontrava novamente no trem, acompanhada do malote, descera novamente no terminal caminhando apressadamente, encontrou no caminho um jovem , sem capuz e de barba feita, este entregou a ela um objeto pequeno, era um celular, e ela o entregou o malote e seguiram em direções opostas.
Ela voltara ao terminal da estação férrea e aguardara o seu trem, falava ao celular enquanto esperava. Pude constatar certa ansiedade e agonia. O trem chegara e ela partira.
Dois dias se passaram e ela não aparecera, mas no terceiro dia dera sinal de vida. Ao descer no terminal do trem, um homem a aguardava, este vestia terno e gravata, estava socialmente prateado, cabelo aparado, com gel, óculos escuros, luvas e uma pequena maleta. Os dois saíram dali e foram a um café, aquele da esquina, todo fechado e com portas de vidro, sentaram, ele abriu a maleta, olhou alguns papeis e em seguida entregou a ela alguns deles. Seguiram em rumos opostos.
Alguns dias depois saíra no jornal local, a notícia de que um misterioso homem cujas características são as mesmas do homem da maleta, hospedara-se em um dos hotéis da cidade e nesta madrugada lá ocorrera alguns assassinatos, onde a empregada, a proprietária do hotel e seu filho foram mortos.
A polícia travara uma busca implacável para encontrar o assassino. Avisos espalhavam-se por toda a cidade para que todos tomassem cuidado, estavam com um ilustre visitante na cidade e este já cometera três assassinatos. Nada fora roubado do hotel. O que a polícia suspeitou que os crimes ocorreram devido a uma vingança.
Este homem misterioso, de maleta, que se hospedara no hotel, viera do futuro, e, de fato fora ele que assassinara aquelas pessoas. E a polícia estava certa, ele matou mãe e filho porque estes mataram seu avô. A empregada fora morta por estar no lugar errado e na hora errada.
Ele desaparecera como se tivesse adentrado um grande portal. De volta para o seu lugar, o futuro.