Havia
uma multidão, o fluxo de transeuntes indo e vindo era intenso, o
trem parara em seu terminal e ela descera rapidamente. Vestia-se
discretamente, roupas escuras, maquiagem discreta e óculos escuros,
saíra apressadamente à direita, em seguida o fluxo de pessoas
cessara e a rua ficara deserta, viera um homem em sua direção,
usava moletom com capuz, não se podia ver o seu rosto, este se
escondia entre o capuz e a barba. Conversara com ela, ela passou-lhe
algo, não podia se saber ao certo o que era, talvez um aparelho
celular. Logo, o homem caminhava para a esquerda e ela continuava
rumo à direita. Entrou em um café, destes de esquina, todo fechado,
com portas de vidro, em seguida saíra de lá fumando, olhava atenta
para todos os lados, ficou ali parada fumando o cigarro, e depois de
tê-lo fumado seguiu caminhando.
Seguiu
algumas quadras da alameda sombreada e chegara ao final dela, um lago
cercado de algumas árvores e bancos. Sentara ali e ao longe, dava a
impressão de estar esperando alguém.
Não
demorou muito a surgir um misterioso ser com um malote, aproximou-se
da jovem, ainda em pé entregou-o para ela e seguira seu rumo.
A
jovem pegou o malote e saiu caminhando vagarosamente rumo ao metrô.
Anoiteceu.
Na
manhã seguinte, chuvosa e fria, a moça se encontrava novamente no
trem, acompanhada do malote, descera novamente no terminal caminhando
apressadamente, encontrou no caminho um jovem , sem capuz e de barba
feita, este entregou a ela um objeto pequeno, era um celular, e ela o
entregou o malote e seguiram em direções opostas.
Ela
voltara ao terminal da estação férrea e aguardara o seu trem,
falava ao celular enquanto esperava. Pude constatar certa ansiedade e
agonia. O trem chegara e ela partira.
Dois
dias se passaram e ela não aparecera, mas no terceiro dia dera sinal
de vida. Ao descer no terminal do trem, um homem a aguardava, este
vestia terno e gravata, estava socialmente prateado, cabelo aparado,
com gel, óculos escuros, luvas e uma pequena maleta. Os dois saíram
dali e foram a um café, aquele da esquina, todo fechado e com portas
de vidro, sentaram, ele abriu a maleta, olhou alguns papeis e em
seguida entregou a ela alguns deles. Seguiram em rumos opostos.
Alguns
dias depois saíra no jornal local, a notícia de que um misterioso
homem cujas características são as mesmas do homem da maleta,
hospedara-se em um dos hotéis da cidade e nesta madrugada lá
ocorrera alguns assassinatos, onde a empregada, a proprietária do
hotel e seu filho foram mortos.
A
polícia travara uma busca implacável para encontrar o assassino.
Avisos espalhavam-se por toda a cidade para que todos tomassem
cuidado, estavam com um ilustre visitante na cidade e este já
cometera três assassinatos. Nada fora roubado do hotel. O que a
polícia suspeitou que os crimes ocorreram devido a uma vingança.
Este
homem misterioso, de maleta, que se hospedara no hotel, viera do
futuro, e, de fato fora ele que assassinara aquelas pessoas. E a
polícia estava certa, ele matou mãe e filho porque estes mataram
seu avô. A empregada fora morta por estar no lugar errado e na hora
errada.
Ele
desaparecera como se tivesse adentrado um grande portal. De volta
para o seu lugar, o futuro.