terça-feira, 1 de maio de 2012

Último diálogo ao amigo


Disse ele em seu leito antes de adormecer:
“- E o coração dela não mais me pertence, ó céus que iluminais minhas noites trêmulas e gélidas.
-Meu caro amigo, que poderias fazer? Amor próprio caríssimo, amor próprio. É isso que falta ao nobre amigo.
- Sei bem disso. Não posso mais nada cometer. Seu coração vive em outro. Não há mais espaço para o meu.
- Que bom que compreendes fiel companheiro. Que bom que compreendes.
- Faltar-me-ia o mínimo de amor a meu próprio ser se recorresse a algo que um dia me pertenceu, mas que agora pertence a outrem. Não devo tentar roubar o que já tive em outro momento e que agora vive obscuro perante meus olhos. Nem mais consigo enxergá-lo.
-”É meu amigo, agora permanece distante dos olhos, mas continuará vivo para sempre em vossa memória.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário